domingo, 13 de janeiro de 2013

Feliz ano velho



A força da expressão tem um vínculo muito forte com as coisas que acredito na vida. Comigo não é diferente e acabo não segurando minhas sensações quando o assunto é felicidade interior. Em 2012, em suma, foi um ano de aprendizagem, quebra de conceitos, superação de obstáculos e, sim, felicidade. Conheci pessoas generosas e batalhadoras que me ensinaram a enxergar o novo no velho, o fácil no complicado, a luz no escuridão e a ponderar quando uma afronta me fosse possivelmente iniciada. Porque ‘vampiragens’ acontecem, mas não aqui. É, tentaram me sugar, mas, pessoalmente, não cochilei.

Aprendi que a atenção faz o bem prosperar. Em 2012, minha fé foi colocada em teste com a passagem de duas pessoas maravilhosas para o plano sublime. Onde eu achava que não a encontraria, me vi rodeada em abundância e apontei para ela e fui a remar.. Assim fui seguindo, acreditando nos meus passos, entendendo mais o outro lado e percebendo até que ponto eu tenho/preciso intervir. Aliás, não há quem se importe com isso. Eu que sou de extremos, me envolvo demais, sou do tipo "defensora dos fracos e oprimidos" e quero sempre aliviar a sua dor. Ao tempo em que perdi um jovem amigo em corpo antigo e outro antigo amigo em carne nova, ganhei mentores profissionais, pessoais e espirituais, amizades encantadoras e muitos sorrisos. Deus é generoso e nos consola no tempo certo, a toda hora.

Do feio, faço belo.
Do belo, transformo em abundante e iluminado e me apodero para propagação. Nem de trabalho, apenas, nos valemos. Dele, ganhamos amigos e estes, por sua vez, compõem o grupo seleto que escolhemos para compartilharmos nossas conquistas e sorrisos. Dizem que são os membros da família que são estrategicamente “colocados” em nosso caminho, porque antes deles, estão, inevitavelmente, nossa estrutura maior: a família. E em 2012, tive grandes surpresas nesse quesito. Percebi crescimento e engajamento que há anos eu não via e entendi (essencialmente) o conceito de pilar e estrutura emocional.

Sou feliz por ser assim desajeitada com tamanho sentimento e tão organizada internamente para guardar cada pedacinho desse, que considero meu, no lugar mais aconchegante que tenho e chamo de coração.

Que 2013 seja do jeito certo de novo, com renovação na medida e amor para preenchimento de qualquer aresta.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Destino ou livre arbítrio?

[devaneiado por Zé do Afego]


Olhamos certas coisas e nem percebemos o que na verdade quer dizer ou, mais simples, nunca essas coisas serão decifradas, nem com o mais cuidadoso dos olhares. Entendemos que a vida nos ensina a ver e a não enxergar o que se pode entender (ou não). Entre várias situações estão o modo como nos comportamos, como resolvemos a vida e até mesmo como nos relacionamos amorosamente.

A paixão. Ela é fato que enlouquece alguém despreparado a deixar de “apaixonisse” ou chega ainda a tirar a (in)sanidade de quem nunca amou. Daí vem à tona a questão do destino e o livre arbítrio... Seria contraditório falarmos que a pessoa poderia deixar de gostar – a não ser que quisesse se entregar a algo desconhecido ou mesmo muito conhecido e desconcertante (como a paixão).

Algo avassalador que possa destrinchar qualquer base de boa estrutura psicológica e até modificar a insanidade de alguém. E mais: quebrar colunas de relacionamentos já estruturados e desintegrar toda a linha do destino estabelecida por você. Então, meu caro, o que podemos dizer sobre algo que achamos bom e acaba por deixarmos (in)visivelmente insanos saudáveis?!

Nem toda vez o resguardo feita pela integridade quer (ou significa) que você seja covarde, mas que existe decência no que sente; completando o mar de dúvidas e precipícios que podem até te levar a amar.

Portanto, a questão mais enigmática que se pergunta é: você é feliz? Qual a sua felicidade? Quanto custa? Você poderá criticar e falar que uma simples coisa ou um simples ato te proporciona felicidade...

Mas, convenhamos, para isso tudo tem um preço, e como preço vem uma próxima pergunta: Para encontrar a felicidade, a paixão ou até mesmo o amor, devemos seguir o destino ou o livre arbítrio?

domingo, 19 de agosto de 2012

Pele que descama

Não exclua o óbvio: tudo que vai pode não voltar jamais.


A humanidade não passa de um protótipo da realidade, a diferença é que cada um deveria entender realmente o que um sonho significa para transformá-lo em realidade. Quanto menos se espera, mais se tem. Ouvi de um viajante das nuvens, recentemente, que, simples: “não basta querer, nem poder viver, tem que saber”.

Nada mais coerente se tem para classificar o que é necessário para se conquistar caminhos.

Muitas vezes nos perdemos por encontrar pessoas que ofuscam nossa sensibilidade em detrimento da delas. Parece impossível? Mas não é. Transbordar afeto é estruturar sua casa interior, é o abrir das janelas estruturais de seu organismo, as portas, é limpar também as vidraças, cada canto da sala, ao som de uma trova cubana, intrépida de poesia e rufando notas dissonantes...

Ter como base a felicidade de terceiros é louvável, garante um pedacinho no abismo profundo das cores. Porém, a coloração exalada não é o suficiente para que deixe sonharem seus sonhos por você. Observar o cenário externo com olhos marejados, caliçados e cansados aprende-se mais que no sofrimento indissociável do amor.

Troque a chuva pelo sol, o escuro pelo claro, o tom pelo som.

A substituição paulatina transforma o cenário e te prepara para o momento de mudança ou busca pela construção do presente, sem recalques do passado. É busca à incansável e insustentável leveza do ser de outrora.

Por isso que quando a estação acaba, voltamos ao nosso jardim para regar as plantas florescidas e separar cada semente cultivada. A senhora tentação não deveria ser tão romântica e muito menos deixar que a gente sucumbisse ao vendaval da paixão. É eufórico e, por assim dizer, traiçoeiro. Bem disse Cartola, que, vestido de obsessão, confessou que a paixão tem um pé na maldição embriagada e se resplandece sob o efeito da sedução.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Barulho: um sustenido silenciado




É bem verdade que mudar o modo de temer é uma forma de anunciar e renunciar alguns processos inevitáveis da vida. Fácil demais seria não ter o que querer ou perdoar o que vai de encontro à alegria ainda não dissecada pelos tormentos profundos.

Uma aliança quando formada, seja em níveis diferenciados, ou em sintonias distintas do seu potencial e necessidade, é considerada um elo inesquecível na vida de quem a entende. Para o seu rumo angariar passos saudáveis e insanos ao mesmo tempo, um preceito básico é reconhecer onde se respira e está como sendo um paraíso, um cenário inspirador e até vezes mágico.

Confesso que sou (sim, primeira pessoa!) disso. Tenho pretensão a detectar pessoas através do magnetismo interpessoal. Posso errar, mas geralmente quando a minha sirene é acionada, o teor de fraternidade, no mínimo, converge e ecoa por quatro, cinco, sete cantos da vida de forma parcial e totalmente entregue. Desbravadora.

Até quando suportar o respeito, o não-silêncio e omissão, será possível escutar som de cascata em plena selva de pedra onde riacho tem formato irremediável de canal de saneamento básico. Complexo? Não. Magnético.

Mágico feito o barulho do silêncio.

O tempo não passa, mas a ampulheta dança e direciona o sentido do ‘querer ser’ individual sobre o que foi feito para se chegar onde se quis. Ou não.

Palavras mágicas se relacionam com nosso cotidiano, nossa forma de pensar e agir. Os desencontros são maiores que os encontros, mas o sorriso sustenta, se apodera do contexto e eterniza a situação. Amavelmente gracioso tormento. Eterno e tenro são pontos iluminados que, mesmo assim, se esmorecem com os desníveis que nos apoderam pelo caminho que rege sentido ao infinito e além.. Desperta-me, a sabedoria, e retruca: -Mas que conceito ilusório!

Então hei de endurecer tenramente? Talvez não dê para navegar nesse sentido.

É possível compreender os desígnios de um passado nebuloso – e compreendê-los -, sim. Um jardim pode florescer daí, sem temer, revelando momentos únicos, íntimos, improváveis e até mesmo pouco previsíveis.

Gesto. Corpo. Perto. Alma. Olho. Teto. Tato.

Se a aliança dissipar? Dispersou.
Esquecer é que nem um abraço que parece cantoria: ressoará.

#Afego, proveniente de "acontecerá"!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Vitrine do pensamento em escalas



É dada a largada pela busca às não efemérides.
Imagine que um dia tudo pode mudar, não com um passe de mágica (porque sentido não teria), mas de um jeito que ainda nem se pudera mensurar. É, o mundo muda e mudamos com ele. O curioso é a forma como tudo toma forma ao nosso redor e quase ninguém nos informa.

Por exemplo, um erro se transforma em acerto após perrengues contínuos, ou mesmo após de um tempo de análise. Difícil é notar.

Embora o ser humano tenha a incrível capacidade de interagir com suas limitações, o porém da situação é deixá-las te encobrir com gosto de fel. É como um pensador de senso comum que diz diariamente em nossos ciclos por aí: ‘loucura odiar todas as rosas porque um espinho te feriu’. Como a dor não possui sabor para quem a sente, apenas amargura, complica um pouco o entendimento da espetada metafórica.

Engraçado é que com a capacidade incrível de a sociedade obter informação, esses domínios vencidos por nós mesmos são divulgados a torto por gente que nem sabe o que isso significa por falta de tesão próprio. Não divulgados, pois quis dizer vomitados já que tem quem os dissipe sem projetar em si qual a intenção (ou até mesmo se há) semeadura da vida. Finda que uma condenação ao desespero seja sinalizada assim...

Amar é divino. Amar-se, então, é sucumbir à sabedoria de si próprio. É amar os outros sobre o seu amor interior, sobre o que se tem sobre você – amar sem se conhecer não é amor, é desespero.

Isso é um exemplo mastigado e visto na vitrine do pensamento com certa sobriedade e em escalas. Se houver semelhança com a realidade, é mera realidade. Não se preocupe.

domingo, 1 de abril de 2012

Contém e está contido


Depois de lambuzar da fruta, que era o casulo, a borboleta se estampa na alma.

O plano pede uma constelação de brio, pouca inspiração e muita transpiração.
A vontade é de nunca parar,
de conseguir suspirar ao invés de inspirar ares degradáveis
correndo atrás do invisível e não efêmero
- como borboletas azuis de um fim de tarde.

Mas a necessidade lhe pede outras posturas.

Cabe retroceder o seu processo evolutivo e acompanhá-las,
cabe desconsiderá-las ou
cabe não dar cabimento a isso?

No fundo, no fundo, sei que há muita beleza.
Algo além do que é belo e profano,
uma beleza interior de infinitos mistérios,
códigos subliminares que te levam à sutilidade de um enlace.
Com malícia saudável, o filósofo ensina que é possível desvendar os interesses dos homens.
Sem ela: o fundo do poço e as desventuras.

A melhor coisa ainda é detectar a cumplicidade entre pessoas.
Saber que o que não é efêmero pode ser consolidado entre gestos e motivos.
Nem toda sinceridade, apenas elementos reais.
Intenções ativas.

Não cabe ninguém a mudar; não é disso que eu falo.

Menos passividade escorregadia.
Mais avidez.
Pudim, não.

Tudo se encontra na/com felicidade.

O resto é apenas inversão de valores.
Não adianta explicar o que não se explica. "De que adianta falar de passado, presente ou futuro... se tudo é embolado mesmo".

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Suspiros [Amor, íntimo e intelecto]



Sem segredos, não há como renovar a intimidade. Não se tratam de informações inventadas para desestruturar o psicológico de quem vive de forma intensa e compartilha do interior de alguém, talvez o que o autor desta frase quis dizer é que aspectos transcedentes, quando misteriosos, aguçam a vontade e o interesse em buscá-los.

Envolver os corpos por uma folha de vidro é sustentar a transparência e suscita a não-divisão. O espetáculo de natureza humana revela muito mais sobre quem vive do que sobre quem se importa no ato do segredo.

Quando você entende ou ao menos tem a intenção de compreender o universo de quem lhe é capaz de dividir seus átomos na troca de olhar, e tem a capacidade de renová-lo ao instante em que seu peito sobrecarrega de algum sentimento oculto ou intransponível, é saber que só se pode ter após sentí-lo. O intelecto trabalha e orienta para tornar o real dentro dos parâmetros da liberdade individual ao tempo que é compartilhada.

É possível sentir seu cheiro, seu gozo, seu amor há milhas de distância, como também é possível começar a conhecer os segredos que renovam a intimidade a cada momento dividido com a ampulheta. Eis a preocupação do sexto sentido incutido em uma relação.
Ninguém é ou pode ser substituível. Ninguém é insubstituível. Apenas se pode ser sendo e sentindo, caso contrário, não o é e a probabilidade de compreender suas virtudes fica inexistente.

Só olha para o passado quem não entende o caminho que é trilhado todos os dias por seus cinco, seis, doze sentidos. Se ficou estagnado em uma fase da vida, perceba: ela deve ser vista por outro ângulo e destemida. O presente é imperfeito e o futuro traz uma sensação obsessiva de pretérito em sua máxima perfeição.

Parágrafos soltos montam o quebra-cabeça da roleta russa que é a vida. Essa roda gigante de histórias da carochinha viram poeira perto do que podemos produzir em torno da nossa felicidade, da sua construção e de tamanha intensidade. Ah, o sentimento..