sábado, 25 de setembro de 2010

Blog, o que é isso?

Já vi cachorro com esse nome, ouvi um bêbado na rua produzir som semelhante, o ruído do ônibus também é meio sonoro, mas o que tenho visto no cenário local de produção de blogs tem me feito arregalar os olhos. E, coincidentemente (ou não), o mesmo tema veio à cabeça para iniciar esse artigo como forma de sintetizar um pouco as aulas que tive durante um final de semana na aula de Comunicação Digital e Ambientes de Aprendizagem da minha Pós-Graduação.

Junto com os então ensinamentos adquiridos com o módulo, o meu aprendizado corriqueiro me fez despertar sobre a hipótese de identificar o meu blog como um espasmo único, que concilia com o que eu vivo e o que acredito. Por isso, é preciso coerência com o que se registra no livro digital – afinal de contas, o apanhado de ideias inclui o viés da persona de quem o editora. O assunto que procuro tratar no meu blog trata-se interage diretamente com as minhas intenções e interesses cotidianos.

Respiro jornalismo, afeto e gente, logo, o que publico tem relação íntima para sustentar essa tríade com o intuito de torná-la perfeitamente coerente diante do âmbito que o endereço eletrônico venha a tomar proporções maiores (ou não). A infinidade do espaço às vezes me inibe, até me constrange por saber que a dimensão que uma interjeição venha a tomar seja além de intangível, incoerente.

Busco atribuir os mecanismos nesse dispositivo existentes à validação convencional quando se trata de quebra de paradigmas. O ambiente é, exclusiva e necessariamente, de aprendizagem de mundo, de esfera, palpável e ao mesmo tempo, porosa. Os pixels as vezes me coíbem de interagir com mais ênfase diante do papel que ao blog seria conveniente. Por isso penso que seja importante estabelecer onde o jornalismo surge até quais proporções da esfera de entendimento ele pode alcançar – sem deixar de perder sua essência, estabelecida (sem muito critério, porém já delineada) pelo editor.

Não podemos confundir blog com espaço de informações de cunho jornalístico sem sê-lo. Quero dizer que é importante que a pessoa responsável pelo espaço tenha conhecimento da causa para adquirir e incluir tal cunho social. Uma vez o tendo, a sugestão é não perder o foco diante do momento em que os fatos são noticiados e imbutidos no endereço que leva o seu nome. É uma responsabilidade que fatalmente está associada àquele profissional responsável. Seria incoerente, inclusive, se ao lêssemos um artigo não direcionássemos o contexto que ele carrega ao publicador. O povo antigo tem o costume de dizer que isso é “dar nome aos bois” e o importante dessa postura é apenas dar o crédito e reconhecimento do que é tornado público ao portador daquelas ideias. Vários pensamentos, adquiridos com a vida, através dos livros, nas passagens corriqueiras, associados aos conhecimentos de causa constituem o pilar básico da ideia. É simples, mas no momento em que a publicação se depara com a aprovação (subentendida – ou não) do ‘social’, a história muda; o suficiente para que haja a saudável preocupação de como, o quê e por quê aquele acontecimento, fato ou mesmo ideia esteja sendo alvo de publicação na rede de interesses infinitos que alcança o mundo. Então, nesse momento, a diferença entre o viés jornalístico-informativo e a opinião pessoal altera; mas a maioria não tende a acreditar nisso. É a partir desse momento que o conflito entre os ‘blogueiros’ e jornalistas impera.

A pessoa pode se interessar em discutir assuntos vagos, sem intervenções psíquicas sociais nenhuma, formando um aglomerado de ideias supérfluas. É direito pessoal. No entanto, ainda nesse sentido, é necessária a coerência básica sobre o que pode interferir ou não no contexto em que a sua profissão o insere. Caso não se preocupe em tratar de um viés responsável e conciso, que de certa forma reflita a imagem da personalidade que é responsável pelo endereço, o autor, certamente, não utiliza o blog com fins informativos e sociais.

O “universoparalelouco.blogspot” é de minha autoria e sou a responsável por todos os textos nele disponibilizados. É totalmente meu, isto é, cunho de devaneios único, com um viés, portanto, que cabe a ser identificado e sustentado pelas minhas intenções, desejos e anseios enquanto profissional que, antes disso, sou cidadã comum, com interesses sociais qualificados pelo meu conhecimento.

Afinal, o jornalista também é blogueiro, no entanto, nem todo blogueiro pode ser jornalista na concepção informacional que a profissão exerce. As possibilidades do mundo tecnológico auxiliam e levam para os bastidores da notícia, fatos mais apurados e respeitados pelas fontes, pois os recursos que compõem a ferramenta do jornalista correspondem ao que alguém com título de blogueiro reformulem e aperfeiçoem opinião.

*Artigo entregue como nota parcial da disciplina Comunicação Digital e Ambientes de Aprendizagem, do curso de Pós-Graduação em Comunicação Digital e Novas Tecnologias da Unit.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

parte de um pedaço que se mova


Em qualquer fresta que não mais caiba o afeto pode ter certeza que estarei lá. Por mais que haja susto achando que o humano que em mim habita mereça, sem certeza, meu lado nada ileso se acenderá como o cigarro que no meu bico agora toma-se inteiro em chamas. Mesmo que seja segredo, aliás, quando não há o que se fixe como paradigma é mais saboroso, mais ofegante, mais corpo, mais pedaço em movimento. A respiração que extravasa o peito, sem perceber que o canal inalador já não mais controla a (des)ritmia, arrepia meu sangue pulsante e crônico.

Pode uma nuvem cheia não chover?