Para acordar, pantufa
Para o café, empaste
Para o trânsito, pedale
Para cada placa, um pedestre
Para o carro, ruído
Para bicicleta, apito
Para o cachorro, buzina
Para o banco, praça
Para o inimigo, pandorga
Para o aflito, cabana
Para a criança, um pé-de-quê?
Para o padre, desbatina
Para Michael, Olodum
Para Pelé, zebú
Para a verdade, mentira
Para o alto, descalce
Para o nordeste, desembale
Para o amor, dois peitos
Para admirar, o enlaço
Para a paixão, pimenta
Para namorar, o encanto
Para o andar, degrau
Para o cítrico, natureza
Para sobreviver, álcool
Para permanecer, o gel
Para a mandíbula, pão
Para o verso, durex
Para o que não se é, descarte
Para amizade, o sonoro
Para escutar, Novos Baianos
Para dançar, Jovem Guarda
Para se permitir, entenda
Para o pudor, receita
Para tentação, a mordida
Para a moça, Cecília
Para o mar, Paiva
Para o asfalto, trajeto
Para o santo, afeto
Para o seu voto, traquejo
Para o devoto, festejo
Para o insólito, descarte
Para preservar, um mote
Para o velho, o virote
Para a noiva, idade
Para o sexo, vontade
Para o instinto, selvagem
Para o tinto, suave
Para Branca, Detetive
Para o molho, Mostarda
Para conversar, minuto
Para viver, pulso
Para sentir, família
Para se ver, monóculo
Para sorrir, um acorde
Para sofrer, acorde
Para fugir, levante
Para andar, parênteses
Para retirar, apêndice
Para finalizar, o início
Para o meio, começo
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
Reflexo de um domingo
Pior do que ter um compromisso todo seu, consigo mesmo, é ter que encará-lo de uma forma em que a sua ansiedade toma conta, te encobre com pavor e, ao mesmo tempo, te acoberta de qualquer peso na consciência.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Meio copo
Encontro-me em diarréia
de idéias e pensamentos.
Tudo muito solto.
A mão sobre a testa, o suspiro cheio de fadiga,
torna o corpo, arduamente, lento e pesado.
Penso duas vezes e me vejo em cólicas
desvalidas.
Aprecio o copo meio cheio e meio vazio.
Metade enxerga o que não é visto
e a outra metade, sem transbordar, equaliza
- tendo os dois males para si.
Mas, ainda assim, o intestino arrepia
Salta, expressa, sensibiliza,
pelo simples ato de agir na inconformidade casual.
E o espaço entra em cena, desmerecendo o que já foi palpável,
tangível. A diarréia mói os pedaços.
Tudo muito solto, sem amarrações, justapondo a confusa percepção.
Sem sequer saber o que se quer dizer, e a ampulheta sem dó, vive da diarréia humana.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
t a r p í c u l a s
sábado, 12 de setembro de 2009
À construção?
Ao caminhar nas ruas exclusivamente desenvolvidas, com gente de bom porte, nariz empinado e com uma textura cinzenta pairando no ar, deparei-me com uma loja vazia, mas cheia de tapumes no chão, escada montada e várias latas espalhadas pela calçada.
Era construção.
Máscaras que não denunciavam mais o rosto de ninguém, operários que passariam despercebidos por toda sua beleza que incita o padrão europeu, no entanto, me surpreendem por conta de todo traquejo preparado para fazer jus àquele tapume montado no chão.
Ou era gripe?
O vírus bactericida espalhado pelo estado de divisa com o tráfico de dosagem latino americano já faz parte do cotidiano de cada um que por lá respira. Mas o incomum é saber que existe gente com tão pouca honra e caráter para dissipar as micro moléculas que circundam nesse lugar; tornando a gripe um mero acessório de pendurar no rosto e a sensibilidade, algo involuntário e sem permissão. A escada com tapume; à construção. Porém, a gente fétida, bonita até a última ponta, denunciam a doença que não larga de ninguém. Com aquele vírus de preconceito, frio, cinzento e particularmente esnobe; de pura incompaixão humana impregna nos olhos de quem está de passagem, como conjutivite.
A construção desencadeiando saudáveis reflexões.
Era construção.
Máscaras que não denunciavam mais o rosto de ninguém, operários que passariam despercebidos por toda sua beleza que incita o padrão europeu, no entanto, me surpreendem por conta de todo traquejo preparado para fazer jus àquele tapume montado no chão.
Ou era gripe?
O vírus bactericida espalhado pelo estado de divisa com o tráfico de dosagem latino americano já faz parte do cotidiano de cada um que por lá respira. Mas o incomum é saber que existe gente com tão pouca honra e caráter para dissipar as micro moléculas que circundam nesse lugar; tornando a gripe um mero acessório de pendurar no rosto e a sensibilidade, algo involuntário e sem permissão. A escada com tapume; à construção. Porém, a gente fétida, bonita até a última ponta, denunciam a doença que não larga de ninguém. Com aquele vírus de preconceito, frio, cinzento e particularmente esnobe; de pura incompaixão humana impregna nos olhos de quem está de passagem, como conjutivite.
A construção desencadeiando saudáveis reflexões.
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