sábado, 25 de abril de 2009

Perspectiva borrada


Cabeças, chapéus, guardas-chuvas substituem (ou não) os movimentos singulares de cada indivíduo; unificandos-os em uma massa que transcorre em sentidos opostos, porém, semelhantes. A agonia da multidão transmite uma sensação de desespero, já que as feições perpassam, em tempo indevido, algo inalcancável.

Inesperadamente, todas aquelas pessoas cessam a correria e apreciam o momento delas próprias. O caminho, que antes era impossível de encontrar seu asfalto por possuir tantos corpos aglomerados, agora borra-se para o espetáculo da rotina desse povo justaposto. No entanto, a solidão é que vem à tona nas calçadas e nas vias expressas (de gente), enaltecendo a mancha de cada simples perspectiva.

Unidos a uma causa imperfeita do pretérito causado pela vida, permanecemos em multidão, no vulto peculiar de cada indivíduo.

domingo, 19 de abril de 2009

Conjugue-se


Pode parecer estranho, mas às vezes a sua cabeça confunde tudo aquilo que já está praticamente definido a sua volta; como por exemplo, amizades. Ultimamente tenho entrado em conflito comigo mesmo por conta disso, talvez até por eu exigir demais das atitudes de pessoas que se dizem fazer presente nos meus mais variados tempos conjugáveis. Sim. Ninguém tem obrigação nenhuma de estar ao seu lado, de querer saber o que se passa contigo, de ter saudade da sua risada, do seu mau humor, do seu ponto de vista.....mas você tem, no caso, eu tenho. Como eu espero demais das pessoas e tenho quase retorno nenhum (do nível que gostaria de ter), eu acabo me especializando nessas situações. Prefiro não ser nada a ninguém do que não representar nada a mim mesma. Construir as minhas aptidões perante o mundo não é uma forma de enaltecer à simbologia humana, mas penso que seja essencial para preservar a minha própria espécie! Mesmo não gostando de conjugar o verbo da vida em primeira pessoa com frequencia demasiada, tenho tido essa condição para manter a minha mente como afluente.

e por aí vai...por aí vou.