domingo, 19 de agosto de 2012

Pele que descama

Não exclua o óbvio: tudo que vai pode não voltar jamais.


A humanidade não passa de um protótipo da realidade, a diferença é que cada um deveria entender realmente o que um sonho significa para transformá-lo em realidade. Quanto menos se espera, mais se tem. Ouvi de um viajante das nuvens, recentemente, que, simples: “não basta querer, nem poder viver, tem que saber”.

Nada mais coerente se tem para classificar o que é necessário para se conquistar caminhos.

Muitas vezes nos perdemos por encontrar pessoas que ofuscam nossa sensibilidade em detrimento da delas. Parece impossível? Mas não é. Transbordar afeto é estruturar sua casa interior, é o abrir das janelas estruturais de seu organismo, as portas, é limpar também as vidraças, cada canto da sala, ao som de uma trova cubana, intrépida de poesia e rufando notas dissonantes...

Ter como base a felicidade de terceiros é louvável, garante um pedacinho no abismo profundo das cores. Porém, a coloração exalada não é o suficiente para que deixe sonharem seus sonhos por você. Observar o cenário externo com olhos marejados, caliçados e cansados aprende-se mais que no sofrimento indissociável do amor.

Troque a chuva pelo sol, o escuro pelo claro, o tom pelo som.

A substituição paulatina transforma o cenário e te prepara para o momento de mudança ou busca pela construção do presente, sem recalques do passado. É busca à incansável e insustentável leveza do ser de outrora.

Por isso que quando a estação acaba, voltamos ao nosso jardim para regar as plantas florescidas e separar cada semente cultivada. A senhora tentação não deveria ser tão romântica e muito menos deixar que a gente sucumbisse ao vendaval da paixão. É eufórico e, por assim dizer, traiçoeiro. Bem disse Cartola, que, vestido de obsessão, confessou que a paixão tem um pé na maldição embriagada e se resplandece sob o efeito da sedução.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa, mas que texto lindo. acaba nos identificando.