domingo, 29 de junho de 2008
O pouco de muito
quinta-feira, 26 de junho de 2008
O homem já descobriu a lua...quero ver descobrir o Sol!
São tantos artifícios que engrandecem o ser humano, a cada dia que passa, não? Há novos meios de se fazer o que já era feito anteriormente; mas os rituais sempre vêm com muito mais aparato tecnológico para engrandecer suas funcionalidades. A alma, que rege seu corpo e direciona os caminhos da vida, não precisa de máscaras para desamparar os sentimentos congruentes que surgirem no percurso de cada um..É singular. Não existe pluralismo perfeito quando trata-se de ego e super ego..Talvez o id venha com mais parafernalha que os outros dois; mas faz parte da natureza! Assim como o céu está para o ar, o mar para a terra, a terra para a galáxia...E assim, a lua é descoberta. Como num passe atroz de mágica, os que dizem que pensam, que pensam que dizem algo, agem pensando que poderão fazer algo por motivos óbvios...Um número a menos que o meu pé e pimba! Em cheio nela; esburacadinha seja pela ação do tempo, seja pela precariedade ou especialidade dos efeitos naturais, mas ela está lá: fazendo seu papel social. Equilibra, de certa forma, o equilíbrio dos lunáticos terrestres; enquanto que eles, sonham em desequilibrar-se nela. Tanto fizeram o sonho, lapiradam-no, encheram de fru-frus e...já disse que foi um mindinho a menos que o meu pé, que fizeram a marca histórica quando meus pais tinham nove anos de idade, não se conheciam, eram felizes na simplicidade mórbida daquela vida e nunca pensariam que tornariam-se gente; e, tampouco, poderiam fazer gente e fazer duas gentes (?) pensarem...mas pensarem taaanto, que uma dessas duas gentes chegariam até aqui, fazendo seu próprio devaneio, de acordo com todos aqueles com os quais essa uma gente fora acostumada a escutar, entender e nunca querer esquecer??!! Pois bem...E lá estava o homem, fincando não só um pé para que o outro viesse gasosamente de uma só vez, mas também, encravava na vida, um segmento vitalício para tornar todas as formiguinhas que moravam naquela bolota azul - ali pertinho até - dependentes até o topo da árvore genealógica, das listras azuis e brancas, com estrelinhas, que balançava suave e naturalmente (e com a ajuda da gravidade), até então sem pudor, na superfície lunática. Mas, que descoberta, não??
Agora, vai...vai lá, idolatrado-salve-salve, país sambista! Quente e fervoroso, até a tampa de calor humano, com atitudes calorosas ao futebol de praia, de grama, de terra, de laje, de cera quente. Vai lá, vamos todos juntos e unidos, provar a instância da estrela maior!! Bronzear-se nas raízes longas e loiras de sua vertigem!
Querer demais, às vezes, é bobagem. Maquiar uma vontade não é a melhor maneira de mostrar sua beleza...Por isso, coloco um aposto e sugiro o oposto, que tal aquela bandeirola que tanto representa a América - e como já disse, representa também, todo o formigueiro do caos humano do mundo -, passear à vontade, sem Protetor Solar e pisar com uma Havaiana com um número maior que o sapatinho fincado na sabedoria da Lua, há...naquele tempo em que meus pais nem se conheciam ainda??!
etc. e tal.
Depois de ter escutado Jorge Ben Jor, cuidado!! Você pode não aterrisar...
Minha mãe me chama, Comanche!
Minha mãe me disse, Comanche!
Descobriram a lua
Quero ver descobrirem o sol
Sou comanche sou guerreiro
Sou índio sou perdigueiro
Solstício!
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Liberdade por acidente
Quem nunca teve vontade de criar asas e sair voando por aí? Sentir esse ventinho no rosto, ter vez ou outra um calafrio por dentro e fazer vigorar a sensação de liberdade?
Já que, enquanto humano, criar asas de uma hora para outra é tarefa impossível, o mais indicado é aliar-se aos artifícios que facilitem e se aproximem dessa atmosfera – como muitos esportes radicais que propõem momentos de contato próximo com a natureza; de rappel, bungging jump, salto livre à asa delta e pára-quedas. Mas, para o padre Adelir De Carli, de 41 anos, essas facetas não seriam suficientes para promover “apoio espiritual” e demonstrar sensibilidade aos caminhoneiros da ‘ação pastoral rodoviária’ (disse ro-do-vi-á-ria e não aérea!!) com a qual acostumou-se receber créditos sociais à sua reputação; em Santa Catarina.
Ele precisava inovar para atrair a atenção da sociedade brasileira. E, assim, demonstrou toda preocupação em relação à vida desses motoristas – talvez o sofrimento que eles passam durante dias nas estradas o fizesse pensar acerca da situação atual da humanidade; num contexto geral. Ou não.
Para tal sensibilização, no início de Abril desse ano, o padre aderiu ao vôo livre (literalmente: liberto de segurança, de proteção pessoal, além de credibilidade e de amor à vida): utilizou 500 balões coloridos de festa infantil, à hélio, fez uma trajetória de 110 quilômetros. Conseguiu permanecer ileso, alcançou a tão sonhada liberdade de voar e, de quebra, estourou a admiração de muitos fiéis!
Os religiosos de carteirinha que me perdoem, mas é incrível como vocês têm a necessidade de demonstrar amor ao protagonista da Bíblia através de atos sórdidos e macabros. (E é impressionante como existem pessoas que relacionam profunda coerência a essas atitudes! Dirá, então, àquelas que têm um padre (que comanda alguma capelinha no interior do Brasil) com corpo presente e encabeçando tal saga com o terço no coração!?
Certa vez, disseram-me que não era preciso sequer ir à igreja para ficar em paz com Deus, mas que se alguém quisesse aproximar-se dEle para garantir o tal "lugar no céu", seria interessante que fizesse uma contribuição de leve na caixinha de dízimos – ora, essa é uma das partes fundamentais desse tal negócio! Bem, mas se muitos religiosos têm freqüência assídua em tantas igrejas o motivo é, também, por não possuírem um espaço digno dentro das vertentes que preenchem o perfil de um cidadão comum. E, assim sendo, a teoria mais exata é de que, sim, é preciso idolatrar gente que tem idéias insanas para promulgar de qualquer jeito o espírito catequista. Afinal de contas, o universo religioso é contagiante!
Não bastasse a façanha número um para promover a fé, o padre Adelir (com codinome Radical), preparou algo mais aprofundado para a lua cheia no final do mesmo mês. Se antes conseguiu viajar de uma cidade para a outra, dentro de Santa Catarina – De Carli saiu de onde morava em Ampére e foi pousar na divisa com a Argentina, em San Antônio depois de permanecer durante 4h15 ininterruptas no ar –, então, por que não conseguiria passar umas 20 horinhas flutuando na atmosfera até chegar ao seu próximo destino, no norte do estado? Bem, pensando nisso, a esperteza do quarentão resolveu ir além...E a quantidade de balões cheios de gás hélio foi duplicada.
Com mil bexigas de cores alegres e vibrantes, o religioso buscou o limite com a certeza de que garantiria o mesmo sucesso que obtivera na proeza anterior, esbanjando assim, sua vitalidade permanente depois dos seus quarenta anos vividos. Mas infelizmente deus não dá asa ao ser humano – tampouco por duas vezes consecutivas!
Depois de participar durante um mês e pouco de um curso de vôo livre, o padre fora expulso devido à sua falta de paciência com as aulas teóricas. Com esse espírito de pássaro incorporado, ele bem que conseguiu chegar até a fronteira argentina, porém, permanecer durante 20 horas suspenso no ar, por bolas de assopro, e agora com a rota apontada em direção ao sentido oposto, em pleno tempo de temporais, seria um ato não recomendável.
Até o presidente da Federação Paranaense de Balonismo o aconselhou a não se aventurar de tal maneira. Nem com reza e devoto de santo forte, a natureza poderia perdoar: vento e tempestade (que o empurraram para o sul, em direção ao mar) compuseram a cena da tal lua cheia do dia 20 de Abril. Para o padre, esses fatores meteorológicos até que poderiam ter sido sintomas de sucesso à sua viagem econômica e ambientalmente correta. Mas, para os que têm noção do perigo que todos os humanos estão aptos a se deparar, decolar por conta própria, decidindo duplicar a quantidade de balões de maneira tão aleatória e insensata, seria sinal de uma possível catástrofe em sua rota tão sublime - porém real e aérea!
Para o Sermão da bem-aventurança, acrescentaria um verso duplicado: bens aventurados aqueles que depositam fé dentro de bexigas com cores felizes; e bens aventurados também são aqueles que se aventuram por pastorais, com gestos insólitos, amém!