Ponte de acesso
Hoje eu acordei com um estalo na cabeça, foi o barulho e a intensidade dele que me fizeram mover esse corpo enorme de cima da cama e levantar. Mal abri os olhos e vi o meu cansaço do lado de fora, como se estivesse na minha frente, pedindo que eu o socorresse, pois ele não queria se cansar vivendo desse jeito dentro de mim. Eu tentei ajudá-lo, mas ele toma muito espaço e talvez por justamente se chamar cansaço é que suas entranhas sejam tão esquisitas e mal concentradas. Aliás, não-concentradas. Todos seus mecanismos, cheios de dificuldades de acesso e inoperáveis, fizeram com que eu realmente nem fosse de encontro. O que evitou a duplicação do cansaço. Forças estranhas, que não colaboram com o seu crescimento, tampouco com sua realização, felicidade e desenvolvimento, se apropriam com maior facilidade ao seu corpo que exala cargas positivas com o intuito de carregá-las da forma mais conveniente possível.
Mas... (sobe som de super-herói) Eu percebi que o cansaço queria mesmo alugar meu corpo para fazer-me de ferramenta à sua ociosidade plena e... o que fiz? Comi chocolate até a orelha. Em seguida, fiz uma pequena meditação com o intuito de canalizar minhas forças em prol da unificação de mim mesma e me conduzi ao lugar certo. Levei o namorado da minha melhor amiga de infância comigo. O melhor namorado de amiga de infância que tenho. Um querido! Um doce. Um fotosensível (é assim que se escreve?) suave que procura sua melhor atuação em formato de gente. Recorreu à mim e, honrosamente, o levei comigo para uma reunião na qual me sinto acolhida. O que aconteceu? Ele saiu renovado espiritualmente, menos confuso, melhor orientado e com o faro ainda mais apurado. Agradeço-lhe pela ponte de acesso que ele criou naquele momento (sem mesmo perceber), me ajudando a esclarecer uma dúvida terrena infantil, mas inquietante que tinha.
"Os erros são feitos por falsos prazeres", via Breno Moura, o cara citado acima.
Um comentário:
Quase todos os dias, acordo e a primeira coisa que vejo é?
Também o cansaço, logo ali, à minha espera, tentando me impedir de começar a incessante labuta do dia a dia. É, acho que concordamos!
Julie
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