Como se fosse um acento circunflexo no céu, que ultrapassa as nuvens aconchegantes,
sinto-me como se fosse uma haste que equilibra o homem suspenso no mar. E me sinto suspensa..pelo reflexo do mar, consigo respirar e transcender a cada onda que lamberia minhas pernas; caso eu estivesse no lugar dele. Mas não. Já estive.
Houve o dia, não muito distante, no qual eu precisei ser erguida em plena imensidão do horizonte..fosse por quem quisesse que fosse, mas eu necessitava sustentação. Sem ostentar nada! Apenas buscando à felicidade..não acreditando apenas que a esperança é dura e amarga..nem que a gente morre tendo esperança e vive morrendo por ela. Mas, ao procurar por um sentimento tão puro, o homem que segura as hastes -que o levam de encontro ao acento circunflexo do céu- não percebe e não pretende crer em nada disso.
Apenas almeja algo maior que ele mesmo;
algo tão intenso quanto a imensidão;
algo tão profundo quanto às ondas que vêm e que vão
e sem perceber, lambem as pernas que rangem por cada movimento alísio..por cada vento contraditório...como ele;
ele: o homem que não pretende desgrudar-se desse fascículo da vida tão cedo; como eu não pretendia me desprender de tal fascínio tão cedo.
^
O acento nasce e morre com a mesma função; por ora no papel, ora no céu..
não importa! Interessante é saber que a felicidade nos deixa de cabeça pra baixo...ou antes de tê-la é que vivemos assim, desse jeito, plantando bananeiras, para que depois, aí sim, tenhamos a tal felicidade. Talvez seja como o mar, a imensidão, o horizonte, o outono, o homem e a haste...numa sincronia tanto quanto imperfeita.
Mas, longe de mim!!!
Nem no céu, nem no inferno..quero que tudo mais vá para o inverno e sobreviva à ele. Depois me contem...me encontrem numa Bússola! Prefiro.
Ampulhetas me causam náuseas...
e quero continuar sorrindo de cabeça pra baixo. Que nem o gato de Alice, naquele País das Maravilhas alucinógenas..onde só se via o sorriso do bichano estampado no céu e nada mais tão surreal. Fizesse dia ou que tivesse um sol enorme...ele estava lá, tonto, com tontura estonteante.
Assim mesmo:
embrulhada por doses de esperanças que causam conseqüências tão infinitas e intangíveis quanto o próprio nome já deduz/traduz..
contrarie o céu e sorria; como se não fosse antagonismo algum!
terça-feira, 29 de julho de 2008
sábado, 19 de julho de 2008
Fábulas da vida
Os cacos formam as astes;
embriagar-se já faz parte
do processo imundo
e o homem apodera-se
do todo para fazer da parte
o seu mundo.
Já nela,
na porta de dentro de gente,
confunde-se com os cacos
que o homem algum dia se apoderou,
que o homem certo dia fez parte,
que certo homem apoderou-se
do dia, do que vem de dentro de certa gente e lhe fez parte;
e confundiu suas mentiras como sendo verdades
para apertar o pause como se fosse um start distante..
mas deu stop e o trailler nunca mais deu espaço
à cronologia simétrica da vida enquanto flores
Como se fosse nela
a janela abre porta à esperança que
com seus óculos sem forma
que destoam suas cores
compartilha da mesma sinergia
compartilha energia que certa vez
foi sentida algum dia...
E fecha-se
com sua chave no peito
encafuada na ampulheta
que foi sua um dia...
E permanece como se fosse
como se continuasse sendo dela
ah, Janela..
domingo, 6 de julho de 2008
"Arte é pra quem sabe ler"
Há como negar?
A partir do momento em que frases deixam de ser constituídas por blocos aglomerados de letras (que lhe dão sentido conotativo) e passam a ter um novo jeito de escrever. Atribui-se a escala, partitura entra em cena e a fonética cria seu novo aliado...O som transmitido provém de uma versão encantadora.
E a leitura, nesse caso, torna-se isca com o intuito de não ater-se apenas ao bom desempenho final que pode ser atribuído, mas, esse ato quase que mirabolante para muitos (ler!), vira uma ação-boomerang: é ela quem inicia toda essa repaginagem da leitura e dá origem ao resultado final - se você é capaz, bem... deleite-se.
Se puder,
Forre-se com o forro deste foro íntimo..
Para legenda da foto e fonte de inspiração:
http://blog.mariascombona.com.br
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Saltiteando
Às vezes, revirar a sua mente
pode ser constrangedor.
Começa a flutuar,
o ventilador pára de balançar
e o colchão do chão fica permeável.
Mesmo e ainda assim,
prefiro desviar-me
da absorção da emoção
e submeter-me a este inquilino
sorrateiro e incoerente;
sem preocupações infortúnias,
Desse jeito: não enrolo, sapeco
!
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