terça-feira, 29 de julho de 2008

Sorrindo contrário do céu

Como se fosse um acento circunflexo no céu, que ultrapassa as nuvens aconchegantes,
sinto-me como se fosse uma haste que equilibra o homem suspenso no mar. E me sinto suspensa..pelo reflexo do mar, consigo respirar e transcender a cada onda que lamberia minhas pernas; caso eu estivesse no lugar dele. Mas não. Já estive.

Houve o dia, não muito distante, no qual eu precisei ser erguida em plena imensidão do horizonte..fosse por quem quisesse que fosse, mas eu necessitava sustentação. Sem ostentar nada! Apenas buscando à felicidade..não acreditando apenas que a esperança é dura e amarga..nem que a gente morre tendo esperança e vive morrendo por ela. Mas, ao procurar por um sentimento tão puro, o homem que segura as hastes -que o levam de encontro ao acento circunflexo do céu- não percebe e não pretende crer em nada disso.
Apenas almeja algo maior que ele mesmo;
algo tão intenso quanto a imensidão;
algo tão profundo quanto às ondas que vêm e que vão
e sem perceber, lambem as pernas que rangem por cada movimento alísio..por cada vento contraditório...como ele;
ele: o homem que não pretende desgrudar-se desse fascículo da vida tão cedo; como eu não pretendia me desprender de tal fascínio tão cedo.

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O acento nasce e morre com a mesma função; por ora no papel, ora no céu..
não importa! Interessante é saber que a felicidade nos deixa de cabeça pra baixo...ou antes de tê-la é que vivemos assim, desse jeito, plantando bananeiras, para que depois, aí sim, tenhamos a tal felicidade. Talvez seja como o mar, a imensidão, o horizonte, o outono, o homem e a haste...numa sincronia tanto quanto imperfeita.
Mas, longe de mim!!!
Nem no céu, nem no inferno..quero que tudo mais vá para o inverno e sobreviva à ele. Depois me contem...me encontrem numa Bússola! Prefiro.
Ampulhetas me causam náuseas...
e quero continuar sorrindo de cabeça pra baixo. Que nem o gato de Alice, naquele País das Maravilhas alucinógenas..onde só se via o sorriso do bichano estampado no céu e nada mais tão surreal. Fizesse dia ou que tivesse um sol enorme...ele estava lá, tonto, com tontura estonteante.
Assim mesmo:
embrulhada por doses de esperanças que causam conseqüências tão infinitas e intangíveis quanto o próprio nome já deduz/traduz..



contrarie o céu e sorria; como se não fosse antagonismo algum!

Um comentário:

Tiago Fontes disse...

E as hastes do sorriso são feitas de dor...

ps: o 310 é meu álibi.